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O fruto dos limites

Limites emocionais são um assunto psicológico complexo. A capacidade de saber onde você termina e a outra pessoa começa, de ter clareza sobre o que é seu emocionalmente e o que não é, e de ter as pessoas da sua vida colocadas nos lugares em que você quer que elas estejam: tudo isso e benéfico para o ato de parar. Ter limites emocionais fortes, mas flexíveis, e ser capaz de viver com sucesso em comunidade. Esse fruto encoraja o seu envolvimento com o mundo, mais o ajuda a evitar um envolvimento doentio nele.

Para compreender melhor isso, pense em si mesmo como uma casa. Quando a casa do outro lado da rua pega fogo, você se sente mal ,mas não foi você que pegou fogo, e por isso toca a sua vida para a frente. Quando alguém pinta a casa vizinha, você pode ate ficar feliz pela casa, mas não fica se vangloriando ,porque a pintura nova não é sua.

No caso das (continuando a usar a casa como metáfora), pode haver algumas que você quer fora do seu portão, algumas que você quer na sala de visitas, umas poucas que você quer no seu quarto, e assim por diante. Ter limites saudáveis e receber todas essas pessoas onde você as quer, e não necessariamente onde elas querem estar. E o que é que isso tem a ver com Parar?

Na verdade, é somente com um certo grau de parada, especialmente com Escalas de Viagem e Paradas Gerais, que você pode descobrir onde cada pessoa está colocada na sua casa. Parar é como dizer: “Tá legal, sai todo mundo um instante que eu vou dizer para vocês quando e se podem voltar, e onde eu vou querer que cada um esteja! Talvez você descubra que não há absolutamente ninguém na sua casa, nem mesmo do lado de dentro do portão do jardim, e que você gostaria de ter algumas pessoas nesses lugares. Só quando notamos onde estão (ou não estão) os nossos limites é que podemos fazer escolhas a respeito deles.

As três formas de Parar ajudam a clarear outra questão relativa a limites: quais são os seus sentimentos e quais não são. Outro modo de dizer isso é que Parar o ajuda a saber a diferença entre você mesmo e todos os demais.

Uma vez fiquei observando uma família num parque, fazendo um piquenique: mãe, pai e duas crianças pequenas. Os pais começaram a discutir. Quando começaram a berrar um com o outro, percebi que o estado emocional das crianças passou a imitar o dos pais: elas começaram a choramingar, foram num crescendo e acabaram berrando. Quando os pais resolveram a questão, as crianças voltaram a um estado pacífico. Elas não conseguiam separar seus próprios sentimentos dos sentimentos dos pais. Isso e próprio de crianças, mas não é saudável para adultos. A sua dor e a sua alegria não são minhas, nem as minhas são suas. Podemos nos preocupar com os outros, ser solidários e Ter compaixão sem perder nossos limites.

Alias, é só com o estabelecimento de limites claros que se consegue construir uma comunidade harmoniosa. E aqui estou falando de marido e mulher, pais e filhos, amigos, companheiros de trabalho, vizinhos, e assim por diante. Pode parecer estranho, mas precisamos definir bem nossos limites, determinando com precisão o que nos separa dos outros, para ganharmos realmente a capacidade de nos aproximarmos, com benefício para toda a comunidade. Caso contrário, surge um estado de enredamento onde ninguém sabe quem é quem, nem o que é de quem. Descobrir como estabelecer e manter nossos limites individuais é a forma de nos tornarmos um casal, um grupo, uma comunidade.

Durante o processo de parar, principalmente durante a parte de recordação, nossa identidade e fortalecida. O ato de recordar de você veio e quem você e reforça seus limites: ao saber quem é, você não se confunde com os outros e não permite que eles se confundam com você. Quando estamos juntos dessa maneira, temos mais chances de construir uma relação harmoniosa e feliz.

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